sábado, 4 de maio de 2013

Diário de Bordo - 11 de Março de 2013 - Dia 10


Badajoz - Mérida

Fotos do Dia - Click na foto

75km média de 16,5 km/h 4h a pedalar

Acordámos e sentimo-nos razoavelmente recuperados, contudo a preguiça era infinita. Depois da rotina matinal, fomos até à cozinha comer algo e encontrámos um bilhete da Elena a desejar-nos uma boa viagem e que foi um prazer ter nos conhecido, já está guardado como recordação.

A tarefa de sair de Badajoz não foi muito simples, andámos um pouco às voltas até encontrar o caminho certo. Isto porque, seguimos o sinal de caminho secundário para bicicletas mas, quando chegamos a meio dessa estrada, estava completamente inundada. Talvez em Espanha, as bicicletas tenham bóias incorporadas para este tipo de situações mas a pobre Abília não e, por isso, tivemos que, à chuva, procurar outras estradas. Como não estávamos a conseguir, restou-nos bater à porta de uma casa no meio do nada, a porta abriu-se e, do outro lado, uma senhora anã indica-nos a estrada correcta. Finalmente, saímos de Badajoz!

O trajecto foi relativamente simples e plano, conforme pedalávamos fomos desfrutando da paisagem e reparando que todos os rios que encontrámos estavam a transbordar e o nível da água nas pontes estava altíssimo por causa das chuvas. 

Sabíamos que íamos passar por uma terra com um nome bastante caricato, Montijo, e tivemos que parar para almoçar e recordar a nossa cidade de Portugal. Mas, fica já aqui assente que o nosso Montijo é muito mais bonito e interessante que o Montijo espanhol, pareceu-nos uma cidade muito cinzenta e pálida e sem nada de interessante para ver.
A próxima paragem foi feita numa terrazita, porque começou a chover abundantemente e decidimos descansar numa paragem de autocarros até que parasse.

A uns quilómetros de Mérida, começámos a avistar uma montanha assustadora e tememos passar por ela, apesar disso não ter acontecido, o percurso custou-nos à mesma pois a montanha tinha uma família numerosa e os seus primos mais novos (montes) estavam instalados no nosso caminho.

Conforme nos aproximávamos de Mérida, íamos ganhando a ideia que era uma cidade enorme, pois encontrámos algumas placas de entrada na cidade em vários sítios, só depois nos apercebemos que a cidade tinha várias entradas por as ruas estarem espalhadas por todo o terreno e não haver nada realmente concentrado.
Pelo caminho, podémos ver uma arena de corrida de cavalos, bastante interessante.

O ponto de encontro que marcámos com Manuel foi a Praça de Touros da cidade, assim que nos avistou indicou-nos o caminho para a sua casa, deixámos a Abília na garagem e fomos tomar banho, descansar, petiscar algo e, Manuel e Conchi, a sua companheira, levaram-nos a conhecer a cidade. Ficámos fascinados, Mérida trata-se de uma cidade romana, contudo tem alguns toques árabes. Nota-se a organização dos Romanos na construção das ruas, pois existe um centro/praça e todas as ruas partem daí mesmo. Conhecemos o Anfiteatro, algo parecido com o Coliseu de Roma mas com dimensões muito mais reduzidas, contudo não deixa de ser majestoso e imponente. Manuel aconselhou-nos a visitar a cidade uma segunda vez mas pelo Verão, para poder assistir a uma peça de teatro que nos leva ao passado a partir da imaginação, deverá ser fantástico podermos nos sentar numa bancada daquelas e apreciar um teatro Romano, de facto, é uma forma fácil de viajar até à época dos romanos e conhecer melhor a sua história.

Depois, fomos conhecer o Templo de Diana, quando me disseram o nome imaginei algo parecido com o Templo de Diana de Évora, estava redondamente engana e, quando me deparei com aquele monumento trinta vezes maior que o de Évora, tive dificuldades em conseguir fechar a boca de tão espantada que estava. Manuel contou-nos algo curioso, todos estes “restos” romanos antes não eram valorizados e reconhecidos, então faziam simplesmente parte das construções da cidade como adorno ou complemento e, o Templo de Diana, há cerca de 40 anos atrás foi a casa de um professor de História. Acredito que aquele senhor tenha morrido realizado e feliz!

Ainda conhecemos dois aquedutos, enormes também e bastante bonitos mas tivemos algumas dificuldades a tirar fotografias porque era de noite e, apesar de terem sistema de iluminação, estava desligado.
Depois da visita guiada, Manuel e Conchi convidaram-nos para comer algo e fomos a um bar típico que se encontrava mesmo no centro da cidade. Comemos uma tábua de tapas com presunto, morcela, chouriços e queijos que estava divinal.

De volta a casa, tivemos a ajuda do Manuel na pesquisa das rotas do dia seguinte e Conchi falou com a sua irmã para ficarmos na sua caravana que estava em Trujillo, a nossa próxima paragem!
Antes de dormir, falámos com a nossa família por Skype mas já não restavam forças para escrever o Diário de Bordo.

Até já,
T&T

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